Lava Jato fecha cerco a entorno de Lula
Para tentar tranquilizar o partido, Lula informou ao PT ter determinado a realização de uma espécie de auditoria no patrimônio de toda a sua família
Lula estaria preocupado com o surgimento do nome de Bumlai nas investigações
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
Desde que o doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava Jato, afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
"tinha conhecimento" das irregularidades cometidas na Petrobrás, o PT
está em alerta quanto a um suposto uso político das investigações para
atingir seu principal líder. Na última semana, os níveis de preocupação
atingiram grau máximo com as citações a nomes do entorno de Lula na
delação de Fernando Soares, o Fernando Baiano, outra peça-chave da
operação.
Fernando Baiano, conforme revelou o
Estado, disse que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula,
avalizou um pagamento de propina ao ex-diretor da Petrobrás Nestor
Cerveró. Ele afirmou ainda que, a pedido do mesmo Bumlai, pagou contas
de uma nora do ex-presidente.
O Estado apurou que Lula está preocupado
com o surgimento do nome de Bumlai nas investigações. Segundo um
empresário que conversou com o ex-presidente, a proximidade entre ambos,
intermediada, no início da relação de amizade, ainda em 2002, pelo
senador Delcídio Amaral (PT-MS), é hoje um flanco de vulnerabilidade em
relação a Lula e sua família.
O ex-presidente tem três noras. Um dia
depois da revelação de Baiano, os advogados de Fábio Luís, o Lulinha,
pediram ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal, acesso à delação premiada do acusador.
Para tentar tranquilizar o partido, Lula
informou ao PT ter determinado a realização de uma espécie de auditoria
no patrimônio de toda a sua família, incluindo os cinco filhos e os
respectivos cônjuges.
Nos bastidores do PT, o suposto
enriquecimento de Luís Cláudio e de Fábio Luís, o Lulinha, filhos do
ex-presidente, é um dos pontos centrais do nível de atenção. Em outubro,
o Estado revelou que a LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís
Cláudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni
Ltda., empresa investigada por supostamente ter pago pela edição de uma
medida provisória em favor de montadoras de veículos durante o governo
Lula.
Defesa. O Instituto Lula e os advogados
de Lulinha negam que qualquer dos filhos do ex-presidente ou suas noras
tenham recebido dinheiro do lobista ou de Bumlai. Segundo as informações
passadas por Lula ao PT, nenhum de seus filhos tem patrimônio
incompatível com a renda ou atividade financeira. O comunicado acalmou o
partido, que temia danos à imagem do ex-presidente. Desde o início de
agosto o PT detectou o que chama de uma ofensiva contra Lula. O
presidente do partido, Rui Falcão, chegou a dizer que se tratava de uma
tentativa de atingir o PT. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
---------------------Fonte Jornal do Comercio - ----------------------------------------







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