Paciente com câncer denuncia dificuldades em receber cuidados paliativos no Recife
A paciente alegou estar encontrando dificuldades de realizar o procedimento de paracentese
Publicado em 11/09/2018, às 19h41

A paciente chegou a acionar o Ministério Público para que o procedimento fosse realizado
Foto: Cortesia
JC Online
Uma mulher, diagnosticada em fevereiro com estágio avançado de câncer nos ovários, relatou estar encontrando dificuldades em receber atendimento e manter os cuidados paliativos em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) de Recife. De acordo com Josineide, sua irmã, Telma Francisca de Arruda, de 35 anos, precisa passar por um procedimento chamado paracentese para retirar líquido de seu abdômen em média duas vezes na semana, mas tem encontrado dificuldades.
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De acordo com Josineide, após ter o procedimento negado por duas vezes, a solução foi acionar o Ministério Público. No último dia 21 de agosto, a 1º Vara da Fazendo Pública da Capital expediu uma liminar determinando que Telma fosse atendida ''de imediato e sem qualquer burocracia adicional". Telma e sua irmã, então, teriam se dirigido ao Hospital Getúlio Vargas acompanhadas do oficial de Justiça. Segundo Josineide, apesar da liminar, o médico que atendeu Telma teria alegado que não realizaria o procedimento pois a situação de Telma não seria crítica o suficiente. O médico teria dito ainda que o procedimento seria de alto risco. "Enquanto não tirar o líquido, ela não consegue se alimentar. Ela não pode ficar sem comer", relatou Josineide. Ainda segundo ela, por causa da presença de água no abdome, Telma estaria com dificuldades respiratória e de deglutição.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que a decisão passou por uma avaliação médica de uma equipe. "Após avaliação médica e física realizada pela equipe multidisciplinar das unidades, ficou definido que não há necessidade de submeter a paciente ao procedimento de paracentese de urgência. É importante ressaltar que as ações movidas no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) resultaram em parecer favorável a conduta médica adotada."
Na tarde do dia 3 de setembro, Josineide alegou que encontrou a mesma dificuldade no Hospital do Câncer. Médicos teriam negado o procedimento. Telma teria sido atendida apenas no final da noite, após horas sem comer. Ainda de acordo com a paciente, ela também teria encontrado dificuldades em realizar o procedimento no Hospital Barão de Lucena devido a falta de um equipamento de ultrassom nos fins de semana.
Nota da SES na íntegra
A direção dos hospitais Barão de Lucena e Getúlio Vargas esclarecem que a paciente citada vem recebendo a assistência necessária para o seu estado clínico. Com quadro avançado de câncer, a paciente decidiu não continuar com a quimioterapia e escolheu como alternativa os cuidados paliativos, uma vez que não há indicação cirúrgica devido à evolução do tumor. Após avaliação médica e física realizada pela equipe multidisciplinar das unidades, ficou definido que não há necessidade de submeter a paciente ao procedimento de paracentese de urgência. É importante ressaltar que as ações movidas no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) resultaram em parecer favorável a conduta médica adotada.
As unidades salientam que nunca foi negado atendimento à paciente. Diante do tamanho do tumor, a quantidade de líquido vem diminuindo gradativamente, não sendo necessária a realização de paracentese de forma regular e no serviço de urgência como alega a família. O procedimento de paracentese requer acompanhamento por exame de imagem devido ao risco de perfuração de algum órgão ou do próprio tumor. Em nenhum momento houve a falta do aparelho de ultrassom para realização de qualquer procedimento no Barão de Lucena. Foi indicado pela equipe médica, após discussão clínica, o acompanhamento ambulatorial.
As equipes do Barão de Lucena e do Getúlio Vargas estão à disposição da paciente e dos familiares para esclarecimentos.
As unidades salientam que nunca foi negado atendimento à paciente. Diante do tamanho do tumor, a quantidade de líquido vem diminuindo gradativamente, não sendo necessária a realização de paracentese de forma regular e no serviço de urgência como alega a família. O procedimento de paracentese requer acompanhamento por exame de imagem devido ao risco de perfuração de algum órgão ou do próprio tumor. Em nenhum momento houve a falta do aparelho de ultrassom para realização de qualquer procedimento no Barão de Lucena. Foi indicado pela equipe médica, após discussão clínica, o acompanhamento ambulatorial.
As equipes do Barão de Lucena e do Getúlio Vargas estão à disposição da paciente e dos familiares para esclarecimentos.
---------------Fonte Jornal do Comercio ------------------------------------------------------------------







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