Fátima Bernardes brilhou, mas o Baile dos Artistas não
16 de fevereiro de 2019 03:41
A prévia, das mais
tradicionais do Recife, ocorreu sexta-feira (15), no Clube Português, e foi
marcada por cancelamentos e confusões
O 41º Baile
dos Artistas não cumpriu o prometido. A prévia, das mais tradicionais do
Recife, fez uma edição capenga, marcada por cancelamentos e várias confusões
entre produção, desta vez sob a batuta do maestro Gil Amâncio, e contratados. A
noite da sexta (15) começou bem, com o movimento fraco, é verdade, mas natural.
A chegada da jornalista Fátima Bernardes, que estava linda num modelo do
estilista pernambucano Márcio Costa, e do namorado, o deputado federal Túlio
Gadêlha, causou o maior alvoroço na festa. O casal recebeu todos na salinha
onde também estavam os outros homenageados. A dupla queridinha da internet
chegou às 23h30, posou para fotos com fãs e seguiu para o palco.
Não se pode negar: Fátima e Túlio brilharam – ela
Rainha do baile; ele Embaixador. Dançaram ao som do frevo misturado com o
bandolim de Bia Villa Chan, a talismã do agito. Desfilaram pelo palco e,
como todos os agraciados, fizeram também discurso. “Me senti extremamente
honrada de estar representando tantos artistas”, disse Fátima. Já Túlio bateu
na tecla da resistência e pediu mais amor. Mas nem o brilho do casal conseguiu
salvar o baile, que já vinha definhando. No ano passado, vale lembrar, a edição
no Baile Perfumado já anunciava uma trajetória difícil para a festa.
A tradição de reverenciar a produção local foi
mantida e, desta vez, a presidente do Sindicato de Artistas de Pernambuco,
Ivonete Melo, foi agraciada. Entre os que receberam menção honrosa, o cantor
Nido Pedrosa; o presidente do bloco lírico Flor da Lira de Olinda, Seronildo
Guerra; a presidente da Amotrans-PE, Chopelly Santos; o médico Cláudio Lacerda;
e o fundador do Maracatu Nação Pernambuco, Bernardo Contramestre. O cantor
Silvério Pessoa, que seria o Príncipe, foi substituído, e a atriz Nínive
Caldas, que viverá Madalena na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 2019, recebeu
a coroa de Princesa. Ainda na programação da noite, o desfile das fantasias e
de Garoto e Garota do Baile. Foi a drag queen Ruby Nox quem levou a melhor na
disputa das produções carnavalescas, com o seu “Pavão Misterioso”.
O primeiro cancelamento a ser anunciado foi o do
Maestro Forró, que, aliás, é irmão do produtor do evento e também maestro, Gil
Amâncio, e seria coroado Rei desta edição. Forró alegou “descumprimento
contratual”, “falta de profissionalismo por parte da produção” e lamentou a
falta, que, segundo ele, “foi a única alternativa”. Em relação ao fato, Gil
afirmou, em conversa com o site Roberta Jungmann: “Em função do
profissionalismo, antecipamos 20 minutos para não correr o risco de nenhum
atraso. Chamamos Maestro Forró em vários momentos e ele não compareceu ao
palco. Ele se recusou porque começamos a cerimônia antes do previsto, porque
ocorreu muito assédio em torno de Fátima Bernardes”. Informação, aliás, que já
foi desmentida pela produtora de Forró, Marília Fraga, que esclarece: “A falta
de respeito que tiveram com o artista no momento da coroação foi apenas uma
gota d’água num oceano de atropelos, faltas e amadorismos”. Resultado: Fátima
foi Rainha sozinha, sem Rei, porém não menos brilho.
Até 1h30 do sábado (16), nenhuma atração de peso da
programação havia subido ao palco. A situação complicou quando até o
responsável pelo som resolveu desligar o equipamento. Alegou que não recebeu
sequer um centavo da produção. Só se voltou a ouvir música depois de meia hora,
e só porque ele ficou com medo de que o público, insatisfeito com a festa,
pudesse depredar a mesa de som.
Pouco tempo depois, foi a atração principal do
agito, Priscila Senna, a Musa, quem cancelou a sua participação. A cantora
e seus músicos deixaram o Clube Português por volta da 1h45. Segundo o
empresário Márcio Pires, a organização do baile não cumpriu com o contrato.
Priscila lamentou: “Eu estava contando as horas pra me apresentar no Baile dos
Artistas e infelizmente não foi possível. É triste que um baile tão tradicional
tenha caído nas mãos de quem não conhece de organização de evento. Mas a gente
se vê por aí no carnaval. Temos outros encontros pela frente”.
Sobrou para a cantora Michelle Melo segurar a onda
do baile. Subiu ao palco depois das 3h e animou aqueles que pagaram o ingresso
e já estavam sem esperança diante de tanta confusão. Também não houve presenças
de destaque. O mundo político, se não fosse por Túlio Gadêlha, não estaria
representado. O baile conhecido pela irreverência e arrojo ficou mais
triste este ano, mas segue resistindo.
-----------Fonte Folha de Pernambuco - blog Roberta Jungman ------------------------------








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