Era uma
manhã nos meados dos anos 70, quando abriu as portas, aquela que se tornaria a
maior loja do norte e nordeste, onde até os concorrentes, viam naquela época um
desafio enorme que iriam enfrentar devido a variedades de produtos.
Um português, junto com
seu pupilo, chegando no Recife, lógico vindo de Portugal, para movimentar o
comercio recifense. Foi na rua 7 de Setembro ao lado do Banco do Brasil, onde
tudo começou.
Com muito esforço,
trabalho e determinação, junto com aquela pequena equipe, mais grande nos
sonhos. E, foi assim que surgiu a Esposende Calçados.
Sr. Vasconcelos, junto
com o Sr. Francisco, tinha outros portugueses que faziam parte desta equipe,
mais o alicerce estava concentrado nestes dois homens, podendo fazer aqui uma
enorme lembrança do Sr. Antônio, o homem que dava vida a estéticas das lojas,
construindo todas.
E eles conseguiram
reunir, (que desculpe os concorrentes) as maiores equipes de loja de todos os
tempos, eram estoquistas, vendedores, caixa, crediaristas, auxiliares de
limpeza, supervisores e os quase que imbatíveis gerentes; com uma equipe assim
era impossível que as vendas não explodissem, e nos anos vindouros formou-se a
maior loja de calçados, que saiu da rua 7 setembro com uma loja para chegar a
ter 30 lojas. E esse status de melhor loja e melhores funcionários vinha da
melhor pesquisa até hoje o (boca a boca). Se destacavam, por estarem a frente do
pelotão da loja os guerreiros e capacitados gerentes, que eram administrados
pelos “olhar de águia” dos supervisores.
Gerentes esses
brincavam de gerenciar, e supervisores, esses, que se entregavam de corpo e
alma porque tinha orgulho de ser “azulzinha” como éramos carinhosamente
chamados. E tinha um gerente de nome Miguel, que os clientes não diziam que
iriam na Esposende, diziam que iam na loja do Sr. Miguel; tinha um outro
gerente, que sempre falava – Na minha loja quem manda sou eu, pois era o
tamanho do comprometimento; tinha um outro gerente que carinhosamente os amigos
chamavam de palhaço, pois ele ficava chamando os clientes no meio da rua nova;
Era vibrar com responsabilidade, trabalhar na Esposende, não se fazia importância
quantos leões tinha que ser “matado” por dia, era dizer, - Que venha os leões.
E as caixas e crediaristas, moças comprometidas, rápidas nas suas tarefas, e
sempre com um sorriso estampado, mesmo que naquele dia tenha recebido uma
bronca. E os sábios estoquistas, como aqueles homens adolescentes conseguiam
decorar mais de 10.000 itens, para poder servir aos vendedores e gerentes.
Quem nunca
comprou na Esposende? Era impossível imaginar que um pernambucano, mesmo sendo
do interior não tivesse comprado. Uma das mágicas se devia ao maioral, o
grande, o excepcional, o inigualável comprador, que se chamava Francisco, este
homem com olhos de águia, sabia enxergar o que as mulheres gostavam, mesmo as
mais exigentes, se dizia se Sr. Francisco comprasse M, vendia, era incrível, as
compras passavam pelo crivo desse “monstro”.
Mais todo
esplendor, veio a ruir, tudo começou quando Sr. Vasconcelos, já com uma certa
idade, no meu ver ainda novo, dizia que a empresa tinha crescido demais e
estava muita coisa para ele administrar, e resolveu vender a empresa, mesmo a
empresa, nessa época ser a melhor loja de calçados, digo até do Brasil, pois
tinha filiais em quase todos os estados do Brasil.
Vendeu a empresa a um
grupo gaúcho, foi ai que o que deveria ser a continuação de um sucesso, passou
a ser a derrocada de uma empresa. Os gaúchos sem preparo nenhum para
administrar, sem conhecer os costumes nordestinos, onde a empresa tinha sua
raiz, e começam a implantar seus métodos de trabalho que nada tinha a ver com
nossa população, e melhor não entendia do mercado, onde foi uma decepção; uma
destes métodos, era “proibir” os gerentes atender os clientes da forma como os
gerentes gostava, com aquele calor humano, calçando até o sapato no pé do
cliente, se ajoelhando para dá conforto e atenção, outro erro, foi colocar 98%
dos gerentes demitidos, e com isso deixando o cliente “órfão”.
A
incompetência dos gaúchos, gerava dentro da empresa, incertezas, que se via em
cada olhar dos poucos funcionários que ficaram, a certeza de algo pior a vim,
vários funcionários demitidos, porque quando você demite um funcionário, existe
3 ou 4 pessoas que depende da renda deste funcionário, mais os incompetentes
diretores, que vieram de outros estados, junto com a presidência do Rio Grande
do Sul, não enxergava as várias besteiras e atitudes infantis e grotescas que a
cada dia cometiam, cada passo que davam, na certa vinha uma decisão errada,
pareciam cachorros quando cai de uma mudança, como se diz aqui no nordeste,
quando alguém está totalmente perdido em suas decisões. Não queriam ouvir
ninguém daqui, não davam chances para consertar as diversas besteiras que
cometiam, teve gerente demitido por apontar para um diretor comercial que veio
do Rio Grande do Sul, que eles estavam no caminho errado. São muito
incompetentes.
As lojas
começaram a perder seus líderes, os homens que carregavam a loja nas costas, a
concorrência começou a crescer, os clientes começaram a abandonar a Esposende.
Trouxeram gerentes do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, que nada ou até hoje
nada sabem sobre os costumes do nordestino, nem sei se eles sabem o que é
vendas, e com isso afastando vendedores, caixas, crediaristas, foi horrível, e
ai veio o que nesta situação se esperava, várias lojas da empresa fecharam suas
portas , funcionários inconformados com a situação e também sendo “garfados”
nas suas indenizações, começaram a entrar na justiça, contra a empresa, e nesse
caso, um “rio” de causas trabalhistas, e o que estava ruim veio a piorar, a
empresa entrou em recuperação judicial, era o fim anunciado.
E por
último o fechamento das lojas em Fortaleza, a mais nova desses gaúchos,
deixando diversos pais desempregados, contribuindo ainda mais para o desemprego
no país. Uma desastrosa administração, que continua até hoje, com pequenos
números de loja. Há de se dizer que quando esses maus administradores acharam
de demitir gerentes, supervisores e todo funcionário que construiu esta
empresa, e até o Sr. Francisco o imortal das compras dos produtos, que vendiam
nas lojas, a empresa tinha 87 lojas e hoje não passam de 39.
T
R I S
T E F
I M
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