Por Bernardo Guimarães Ribeiro.
Não deve ser surpresa para ninguém que está sendo passada parcial. Assumir um dos lados não é problema. A tomada de posição é, de certo modo, além de honesta com o cidadão, uma vez à transparência. Por que, o logotipo não pode ser compartilhado com a operação.  
A imprensa brasileira - e não só - vai, além disso, além da mera parcialidade. A sociedade civil é importante para ajudar a formar os meios de comunicação que mais contribuem para a informação e, por outro, para a formação do cidadão. Temas polêmicos, religiosos, “politicamente incorretos”, contrários à corrente defendem por minorias e contrários a uma pauta traçada pelos ditos progressistas são bem-vindos em um ou mais pontos de vista, omitindo-se opiniões contrárias ou mesmo escamoteando-se dados estatísticos que desmintam algumas “certezas”.  
A televisão, em especial, é uma das maiores fontes de tecnologia de ponta, facilitando a manipulação da imagem, som, cortes de cenas, edições, montagens e demais artifícios. A manipulação dos fatos altera o mundo como as atitudes e leva à criação de uma realidade virtual ou ao universo paralelo, possibilitando disseminar uma mentira em escala planetária. É notadamente na TV que ocorre uma maior exploração do sensacionalismo. Como sentenciou Bjorn Lomborg, “uma central editorial na verdade mais de 75% das notícias que chegam” [1]. Não é possível, portanto, “tomar a medida de um certo tipo de informação como um parâmetro para avaliar quantitativamente o mundo real, porque eles são apenas um recorte da realidade, feito com uma tesoura da mente do jornalista” [2]. 
A mídia trabalhou com proporções distorcidas, dando maior importância aos fatos negativos, a razão de sua maior visibilidade e os interesses da população. O impacto de notícias negativas como aumento da distância entre ricos e pobres, aumento da pobreza, aumento da criminalidade e aquecimento global é infinitamente superior a qualquer efeito positivo provocado por notícias mais otimistas ou mesmo realistas. Para ter uma dimensão exata, basta confrontar com uma proporção de boas e mais queridas nos noticiários. Com efeito, uma observação que pode ser humanizada, ter uma tendência para a biologia no interesse das notícias e talvez seja um traço de nossa ancestralidade ao mesmo tempo em que se relaciona com a sobrevivência, o que faz com que uma identidade se mostre desinteressante à Imprensa.  
Outra forma de aplicação consiste na exploração do chamado viés de disponibilidade [3]. Em relação a nossa reconstrução do passado, as supervalorizamos como memórias mais vívidas, isto é, aquelas mais recentes ao recordarmos de algum fato. As memórias mais vivas, os programas de tratamento psicológico, são promovidas pelo debate global, os desastres naturais, a restrição de armas de fogo, as chacinas ou os agravos por atiradores.   
A despeito de tanto contorcionismo em fraude e realidade, ela sempre se mostra. Hoje, a mídia já utiliza a terminologia “mudanças climáticas” em substituição a um aquecimento global. Se não observado, preste atenção! Processo similar de realidade, comum na torcida futebolística, realizado nas últimas eleições presidenciais dos EUA. Como uma paixão contaminou uma racionalidade, os jornalistas de negócios simplesmente deixaram Donald Trump invisível aos seus olhos, ignorando suas chances de vitória. Erraram e, depois, diante do vexame, puseram na conta da surpresa. Sim, tem um momento em que começar a passar vergonha!  
Um outro assunto que sempre retornou à pauta de jornalística é o tal do encarceramento em massa. Temos uma 4ª maior população em presídios no mundo. Ora, mas somos a 5º maior população do Planeta. A primeira informação é transmitida; a segunda sonegada. Mas o problema não é aí: a análise em dados absolutos distorce a realidade, pois existe, em regra, relaciona-se entre os números de habitantes e encarcerados. The value is the use of this study is the most important level, is the risk of this world? [4], havendo atrás de países europeus e até o paraíso onde, segundo muitos, não existe crime: Cuba. 
Assim, não se pode apenas dar dicas de políticas ou ideológicas assumidas à imprensa; «Reply from VET, World Wide, The New World Social Media, The New World Social Statistics for Partying Sociological Invigibility for part of the data of the Portuguese sociology. Ficamos, nós, assim: à mercê dos dados empurrados “goela abaixo”. Quantos cidadãos tem as seguintes informações para pesquisar e descobrir o que está recebendo diariamente? Para as pessoas comuns, os dados não são uma opção; é quase uma obrigação!
[1] O Ambientalista Cético - Desenvolvimento da Real Situação do Mundo, Bjorn Lomborg, Trad. Ivo Korytowski e Ana Beatriz Rodrigues, Rio de Janeiro, 2002, pág. 50  
[2] Mentiram para mim sobre o desarmamento, Flávio Quintela e Bene Barbosa, Campinas, 2015, pág. 50  
[3] O Andar do Bêbado, Leonard Mlodinow, Trad. Diego Alfaro, Rio de Janeiro, 2009.  
[4] https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/brasil-e-no-minimo-o-34-em-numero-de- Jogos-por-100-mil-mas-jornais-caem-na-maquiagem-do-relatorio-do-infopen /
Bernardo Guimarães Ribeiro é professor de Direito Administrativo e Autor de Nadar Contra a Corrente: como uma dificuldade em formar as razões que se criam espaços para ideologias irracionais.
Fonte - Estibordo