"Lamento que seja um brasileiro", diz Dilma sobre denúncias contra Cunha"
A presidente nega negociação com o presidente da Câmara para salvá-lo de uma cassação
Publicado em 18/10/2015, às 14h50
A presidente deu entrevista em Estolcomo, Suécia.
Foto: AFP
A presidente Dilma Rousseff
disse neste domingo (18) que "lamenta que seja um brasileiro" ao
comentar as provas de contas na Suíça contra o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Questionada durante entrevista em
Estolcomo, na Suécia, sobre as denúncias contra Cunha causam
constrangimento ao Brasil no exterior, a presidente respondeu: "Seria
estranho se causassem. Ele (Cunha) não integra meu governo, eu lamento
que seja um brasileiro" disse.
Dilma ainda negou que esteja negociando
acordo com Cunha para salvá-lo de uma cassação de mandato em troca de
ele travar a abertura de um processo de impeachment contra ela. "Eu acho
fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem
quer seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo,
era com a oposição, era público e notório, até na nota (feita pela
oposição pedindo afastamento de Cunha do cargo) isso aparece", disse.
"Acho estranho atribuir ao governo acordo com presidente de Poder que
não seja para passar coisa relativa a CPMF, DRU", afirmou.
Para a presidente, o episódio contra o
presidente da Câmara não prejudica a imagem do Brasil. "Não diria isso.
Acho que se distingue perfeitamente no mundo o país de qualquer um de
seus integrantes. Nenhum país pode ser julgado por ser isso ou por
aquilo, nem o Brasil, e não se julga assim" afirmou.
Ela ainda tentou minimizar a celebração
das recentes liminares do Supremo Tribunal federal (STF) que frearam a
interpretação de Cunha e da oposição que poderia acelerar a abertura da
ação de seu impeachment. "A decisão do STF diz respeito ao Judiciário e
atendeu a um pleito de um deputado, não tem nada a ver com o governo
diretamente, tem a ver com um procedimento do Legislativo", disse.
A presidente chegou a Estocolmo neste
sábado (17) para dois dias de encontros com autoridades locais e
empresários, incluindo uma visita à fábrica da Saab, de quem o governo
brasileiro comprou 36 caças Gripen NG por US$ 5,4 bilhões. Ela está
acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Aldo
Rebelo (Defesa), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e
Comércio), e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), este último ligado a
Eduardo Cunha. O secretário de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio
Garcia, também está presente.
Da Suécia, Dilma parte na noite de
segunda (19) para Helsinki, Finlândia, para compromissos com o governo
local na terça-feira (20), chegando ao Brasil no dia seguinte.
Demonstrando impaciência, a presidente
ainda voltou a criticar as "especulações" em torno dos rumores da
eventual saída do ministro Joaquim Levy. "As pessoas que estão no meu
ministério hoje, eu espero que vão até o final do meu mandato. É essa a
visão geral", argumentou. "O resto é tentativa errada de especulação,
porque cria instabilidade, cria tumulto."
-------------------Fonte Jornal do Comercio - 18/10/2015 ------------------







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