Governo vai liberar R$ 700 mi em emendas
O objetivo é reaglutinar apoios e tentar sair da chamada agenda negativa do impeachment
Publicado em 18/10/2015, às 12h55
Entre os possíveis efeitos esperados pelo governo está a mudança da pauta no Congresso, que ultimamente tem se concentrado nas discussões em torno de um possível processo de impeachment de Dilma.
Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR
O governo sinalizou ao
Congresso que vai liberar R$ 700 milhões em emendas parlamentares. O
objetivo é reaglutinar apoios e tentar sair da chamada agenda negativa
do impeachment, estabelecida nos últimos meses. Além de abrir o cofre, o
Palácio do Planalto deu aos partidos aliados a garantia de fazer
indicações em "porteira fechada" nos ministérios - preenchimento de
cargos em todos os escalões.
As medidas negociadas têm sido
conduzidas pelo ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria-Geral da
Presidência, e pelo secretário especial da Presidência da República,
Giles Azevedo. O empenho de integrantes do governo para entregar o que
foi prometido aos aliados tem mudado o discurso dos mais descontentes,
principalmente na Câmara, comandada pelo deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), rompido com o governo desde julho deste ano.
As negociações em torno da liberação das
emendas ganharam celeridade logo após o Palácio do Planalto ter sido
derrotado ao não conseguir colocar maioria na sessão do Congresso
Nacional realizada no início do mês. A votação foi o primeiro teste da
nova equipe de articulação política também integrada pelo ministro
Jaques Wagner (Casa Civil).
Logo após o revés no plenário, Berzoini
chamou para uma conversa no Palácio do Planalto os líderes do maior
bloco da Câmara, composto pelo PP, PTB, PSC e PHS, responsáveis por
conduzir o esvaziamento da sessão. O objetivo da reunião foi o de
"entender" o motivo da revolta, ocorrida apenas quatro dias depois de
concretizada a reforma ministerial. Dias depois das conversas, líderes
ouviram de Berzoini que o "governo estava fazendo um esforço" para
atender aos parlamentares.
'Voz ativa'. O recurso das emendas é
aplicado em obras realizadas nos redutos eleitorais dos parlamentares.
"Mudou tudo, não desmerecendo os antecessores, mas parece que agora o
ministro Ricardo Berzoini realmente tem voz ativa. Tem atuado para
atender aos deputados. Algumas obras começaram a sair, a serem pagas",
ressaltou o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO). "O clima mudou e
já até informamos ao Palácio que pode ter sessão do Congresso semana
que vem, se eles quiseram", disse o líder do PR, deputado Maurício
Quintella (AL).
Outra mudança de tratamento com
integrantes da base aliada, que também tem sido posta em prática para
tentar assegurar a governabilidade, é garantir a autonomia dos novos
ministros para nomear para os principais cargos das respectivas pastas.
Uma das principais críticas de integrantes da base antes da reforma
ministerial era o fato de que, mesmo indicando o ministro, o partido não
conseguia ocupar espaços estratégicos, que normalmente permaneciam nas
mãos de integrantes do PT.
"Há tomadas de decisões sobre os pleitos
das bancadas que estavam represados. Há uma melhora no ambiente, mas
tem que ser um exercício diário, porque liberação de cargos e emendas
uma hora acaba", considerou o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani
(RJ).
Entre os possíveis efeitos esperados
pelo governo com a liberação dos recursos e cargos está a mudança da
pauta no Congresso, que ultimamente tem se concentrado nas discussões em
torno de um possível processo de impeachment de Dilma.
ma das apostas de integrantes da cúpula
do Palácio nesta semana é um avanço nas discussões em torno da proposta
que renova a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e estabelece em
30% o porcentual do arrecadado com tributos federais que pode ser usado
livremente pelo governo. O projeto tramita na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara. Esse mecanismo de realocação de receitas federais
expira no fim deste ano.
Além do comprometimento com os acordos
firmados, parlamentares também têm ressaltado mudança na atitude dos
ministros do núcleo duro do Palácio considerados "mais abertos ao
diálogo". Entre os exemplos lembrados estão as discussões em torno da
proposta da CPMF. Berzoini tem dito aos parlamentares da base que o
texto, ao contrário do posicionamento inicial do governo, poderá receber
"contribuições" e ser alterado. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
------------------Fonte Jornal do Comercio ---------------------------------------------------







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