Morre Gino César, o repórter do Bandeira 2
Comunicador da Rádio Jornal faleceu na madrugada desta terça-feira (17), após uma parada cardíaca
Publicado em 17/11/2015, às 07h00
Do JC Online
Atualizada às 09h23
Gino estava diabético e com problemas cardíacos
Foto: JC Imagem
Luto é pouco para definir o momento pelo
qual o rádio pernambucano passa nesse momento. Uma das vozes mais
marcantes e conhecidas do Estado, o radialista Gino César,
79 anos, e que há mais de 30 anos comandava o programa policial
Bandeira 2, na Rádio Jornal, faleceu na madrugada desta terça-feira
(17), após uma parada cardíaca. Gino, também conhecido como O repórter do Bandeira 2
e que tinha, proporcionalmente, a maior audiência do Brasil, passou mal
e foi levado ao HapVida do Espinheiro, onde acabou morrendo. O velório
acontece a partir das 12h no Cemitério de Santo Amaro, na região central
do Recife. O sepultamento está marcado para as 17h no mesmo local.
Gino já tinha sido internado no dia 11
de agosto, após sofrer um infarto. Desde então não trabalhou mais, sendo
substituído na Rádio Jornal por Eliel Alves. Ele passou vários dias na UTI, até ser transferido para um quarto e ter alta, em setembro. No início de novembro, teve novas complicações e voltou a ser internado.
A morte de Gino deixa uma lacuna no
jornalismo/radialismo policial não apenas de Pernambuco, mas do Brasil.
Começou a fazer coberturas policiais durante as madrugadas, quando tinha
22 anos, na Rádio Clube de Pernambuco. Desde então não parou de crescer
e acabou se tornando referência. “Me sinto lisonjeado em ter a maior
audiência do Brasil e servir de referência para muita gente que faz
matérias policiais. Me sinto realizado com o meu trabalho”, disse ele,
em setembro de 2014, durante entrevista para uma matéria que seria
publicada no caderno JC Mais, do Jornal do Commercio.
MP3 - Baixe o jargão que vai ficar eternizado na voz de Gino César: "E atençãooooo!". Aqui está.
Veja a entrevista de Gino César ao JC, feita durante apuração para perfil publicado no caderno JC Mais:
Gino nasceu Joaquim José da Silva, em
Rio Formoso, na Mata Sul do Estado, e começou a trabalhar no rádio
fazendo rádionovela. Acabou migrando para o setor policial após um
repórter da madrugada faltar por estar doente. “Comecei e não parei
mais”, diz ele, que tinha algumas peculiaridades: escrever apenas em
máquinas de datilografar (durante os 79 anos de vida, Gino nunca usou um
computador) e ter mais de uma centena de chapéus tipo panamá. “Tem
gente que nunca me viu sem chapéu. Gosto de usá-los. O engraçado é que
nunca comprei um. Todos os que tenho foram dados por pessoas que gostam
de mim”, disse, na época da entrevista. O primeiro deles ganhou de um
comissário da Delegacia de Polícia da Boa Vista. “Um dia, fui fazer uma
matéria com esse policial e ele estava com um chapéu de palha, muito
bonito. Começamos a conversar e ele acabou me dando o chapéu. Passei a
usar o tempo todo. Era mais eficiente que o crachá”.
Foi no período que iniciou a fazer
matérias policiais que Gino César ficou conhecido como "O repórter do
Bandeira 2". "Havia muito assalto a taxistas durante a madrugada, quando
é cobrada a tarifa bandeira 2. E eu fazia muita matéria com esses
profissionais, justamente sobre esses assaltos. Por conta disso passaram
a me chamar dessa forma. Acabou ficando e, quando sai da Rádio Clube,
levei o nome comigo".

Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem







0 comments:
Postar um comentário